Pesquisa, Dissertações e Teses

OBS.: As pesquisas que não possuem link do conteúdo disponível estão em andamento ou ainda não foram divulgadas pela Biblioteca Universitária da UFSC. 

Silva, Narbal; De Carli, Vinícius; Amancio, Gabriela; Budde, Cristiane; Damo, Lilian P.; Darosci, Andresa R.; Bognoni, Aline C. Pesquisa em andamento. Fatores determinantes e decorrentes da felicidade no trabalho na percepção/concepção gestores e demais trabalhadores, 2017. Com base nos pressupostos da Psicologia Positiva e diante das demandas sociais e das constantes mudanças nos contextos de trabalho, no Brasil e no exterior, vem sendo construídos paulatinamente, conhecimentos pertinentes à Psicologia Positiva das Organizações e do Trabalho (PPOT). No que se refere ao conceito de felicidade no trabalho existem múltiplas definições, as quais repercutem na ausência de consenso na definição do termo. Neste projeto, felicidade no trabalho é entendida como um “estado psicológico revestido de pensamentos e de sentimentos preponderantemente positivos, de prazer aliado a propósito significativo, construído socialmente (no tempo e no espaço), que se caracteriza por sua estabilidade e perenidade” (Ribeiro, 2019; Ribeiro & Silva, 2018; Dolan, 2015) e se encontra baseada em quatro dimensões inter relacionadas: pessoal, material, relacional e espiritual. Com base nisso, o propósito da pesquisa é compreender como o trabalhador percebe a felicidade no trabalho, a partir das quatro dimensões mencionadas. Para tanto, será utilizado um questionário fechado, com amostra não-probabilística, o qual será disponibilizado em plataforma online junto com Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.


DOUTORADO:

Bento, Amilton. Tese em Andamento. Proatividade e capital psicológico: interfaces no âmbito da gestão de pessoas nas organizações, 2020. O Capital psicológico e a Proatividade são apontados pela literatura como comportamentos que impactam positivamente no desempenho organizacional. Em vista disso, esse estudo, tem como objetivo identificar as relações entre a Proatividade e o Capital Psicológico no âmbito das organizações. Considerado um construto aberto para novos elementos, o Capital Psicológico tem sido debatido em torno do seu conceito e desenvolvimento, mas há lacunas notáveis acerca dos requisitos para a da inclusão de novos elementos. A proatividade apresenta-se como um potencial construto para ampliar as dimensões e sinergia do PsyCap. Para alcançar os objetivos propostos far-se-á uma pesquisa de abordagem quali-quantitativa em três empresas catarinenses. Os funcionários serão submetidos a entrevistas e preenchimento de questionário. Espera-se confirmar as hipóteses do estudo e apontar fatores de correlações robustos que permitam afirmar que a proatividade pode ser considerada uma nova dimensão do Capital psicológico.

Farsen, Thaís C. Tese em andamento. Desenvolvimento do capital psicológico e contribuições à construção de organizações saudáveis, 2020.  A presente pesquisa tem como objetivo compreender quais as contribuições do desenvolvimento do Capital Psicológico (PsyCap) para a construção de organizações saudáveis, a partir de um programa de desenvolvimento que é promovido pelo LAPPOT junto a Divisão de Capacitação da Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC desde o ano de 2017. O Capital Psicológico é um constructo muldimensional composto por resiliência, esperança, otimismo e autoeficácia. Estudos demonstram que indivíduos com altos níveis de Capital Psicológico apresentam maior desempenho, capacidade de lidar com mudanças e níveis elevados de bem-estar. O PsyCap pode ser desenvolvido por meio de estratégias diversas, como intervenções positivas promovidas por organizações de trabalho junto aos seus colaboradores. No Brasil, não foram encontrados estudos que utilizem tais estratégias e explorem os seus efeitos. Dessa forma, a partir de uma metodologia mista de pesquisa, a presente tese é desenvolvida com vistas a auxiliar na construção de estratégias organizacionais que visem o desenvolvimento do PsyCap e auxiliem para a manutenção e promoção de saúde do trabalhador.

Geremia, Hellen Cristine. Tese em andamento. Realização profissional e engajamento no trabalho de professores do magistério superior em diferentes momentos do seu ciclo de carreira, 2020. Na contemporaneidade é comum as pessoas realizarem suas escolhas profissionais e de carreira levando em consideração trabalhos que confiram propósitos à própria existência, o que contribui para a formação de percepções e sentimentos de que a vida no trabalho vale a pena. Tal compreensão reflete a relevância que o trabalho possui na vida das pessoas, o modo como o trabalho, por meio da construção de uma carreira ao longo da vida, determina as condições materiais, culturais e institucionais que constituem a sua identidade, podendo tornar-se um meio para o alcance da realização humana. Sob essa égide, nos últimos anos observa-se que estudos relativos aos aspectos virtuosos da natureza humana e do bem-estar no trabalho vêm ganhando espaço, em especial nas pesquisas desenvolvidas no âmbito da Psicologia Positiva. Ao observar o cotidiano do trabalho docente, contudo, os aspectos positivos que permeiam tal atividade são pouco estimados. O denominado mal-estar docente, que envolve estudos acerca do sofrimento, da síndrome de burnout e da insatisfação que os professores experimentam na profissão, tem despertado maior interesse da comunidade científica. Não obstante, os aspectos positivos encontram-se entre os temas que podem ser melhor explorados. No desenvolvimento deste estudo almeja-se, portanto, compreender a relação entre a realização profissional e o engajamento no trabalho em professores do magistério superior da UFSC que se encontram em diferentes momentos do seu ciclo de carreira. Optou-se pela realização de um estudo de métodos mistos sequenciais que possa envolver tanto o aspecto quantitativo, quanto qualitativo dos fenômenos em estudo. Entende-se que um estudo dessa dimensão pode auxiliar no estabelecimento de caminhos teóricos e práticos para uma maior compreensão dos temas estudados para a Psicologia Positiva e Psicologia Organizacional e do Trabalho e, poderá ainda, contribuir para a produção de conhecimento sobre realização profissional de professores, abrindo novas possibilidades de pesquisa na esfera dos estudos sobre trabalho, carreira e bem-estar docente.

Muller, Jaqueline M. Tese em andamento. Avaliação da Autoeficácia no Retorno ao Trabalho, 2020.  A autoeficácia tem um papel importante no processo de motivação do comportamento (Molero, Peres-Fuentes, & Gázquez, 2018) e a principal razão para isso é que quando as pessoas não acreditam que suas ações produzirão os resultados desejados, elas dificilmente se motivam para agir ou perseveram diante de dificuldades (Bandura, 1977, 1986, 1997). Ao ser estudada no contexto organizacional, a autoeficácia tende a se apresentar como importante variável para os trabalhadores, associando-se positivamente à diversos indicadores psicossociais relacionados ao trabalho. Nesse sentido, no processo de retorno ao trabalho de empregados em licença por doença, crenças de autoeficácia sobre a superação de obstáculos percebidos podem influenciar significativamente de forma positiva o retorno ao trabalho de indivíduos (Corbière et al., 2017). Esta pesquisa tem como objetivo principal adaptar e validar uma Escala de Autoeficácia no Retorno ao Trabalho, a pesquisa será realizada com trabalhadores em processo de retorno ao trabalho, afastados por doenças não relacionadas ao trabalho.

Ribeiro, Andresa D.S. Sentido e Significado de Felicidade no Trabalho para professores de uma instituição de ensino privada e sem fins lucrativos. Por que a felicidade no trabalho é importante? Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2019. Um dos motivos é que o ser humano passa boa parte do tempo no trabalho e este ocupa um espaço central na vida das pessoas. Nesse sentido, a felicidade impacta diretamente em outros espaços de vida e no trabalho e quando de forma significativa no trabalho, contribui para a construção de sentimentos preponderantemente positivos, estáveis e perenes. Para a realização desta pesquisa tese, foi delimitado como público alvo, professores que estabeleciam vínculo de emprego com uma instituição de ensino privada, localizada na cidade de Florianópolis/SC. Um dos objetivos dessa pesquisa foi compreender como se constituem as relações entre sentidos e significados do trabalho e as possíveis consequências à construção da felicidade no trabalho, com base nos preceitos epistemológicos da Psicologia Positiva. A pesquisa foi desenvolvida a partir da utilização do método misto sequencial explanatório, caracterizado pelos procedimentos quantitativo e qualitativo. Por conseguinte, o estudo foi realizado com base em dois estudos sequenciais. O Estudo 1 (QUAN) com aplicação de um questionário on-line, composto de 55 questões, com base nas categorias e variáveis centrais relacionadas ao significado do trabalho e felicidade, tendo como parâmetro de resposta, uma escala de intensidade do tipo Likert. A partir dos resultados obtidos no 1o estudo, o Estudo 2 (QUAL) foi elaborado por meio da construção de um roteiro de entrevista semiestruturado, contendo oito perguntas abertas. Ao final, foi realizada a descrição, análise e interpretação dos resultados e ainda, a triangulação dos dados, com a finalidade de verificar as divergências, aproximações e complementariedades encontradas nos resultados de ambas as etapas. Como principais descobertas, foi possível perceber que na parte quantitativa e qualitativa, se estabeleceu uma relação entre o grau de importância do trabalho na vida dos professores, o orgulho pela profissão e a relevância das condições materiais para a realização do trabalho. O que se pôde, portanto compreender é que a felicidade no trabalho docente, é construída tanto por bases hedônicas, quanto eudaimônicas. Isto porque, ser feliz é desfrutar o presente, ou seja, sentir prazer no aqui e agora, mas também fazer algo com um objetivo futuro e que tenha sentido a longo prazo. A dimensão relacional foi evidenciada quanto à importância conferida pelos professores, sobre os processos psicossociais que envolvem, como exemplo, a comunicação e as relações sociais estabelecidas no ambiente laboral. Já a dimensão espiritual foi percebida sobre os propósitos de vida pessoal e no trabalho, enfatizando o papel social do trabalho, o orgulho de ser professor, da paz interior e ainda ao desempenhar tarefas no trabalho cobertas por significado e propósito, que se apresentam como características preditoras da felicidade no trabalho. Por fim, a dimensão material ou objetiva, foi destacada pelas condições materiais de existência ofertadas pela instituição de ensino, ou seja, condições que envolvem o ambiente físico de trabalho para o exercício da profissão.

Budde, Cristiane. Políticas e Práticas de Gestão de Pessoas e Felicidade no Trabalho: Estudo de Caso de uma Organização de Tecnologia. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2018. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/205071/PPSI0822-T.pdf?sequence=-1. O trabalho ocupa posição central na vida da maioria das pessoas. Ele organiza os horários e compromissos, além de ser importante para a autoestima, identidade e autorrealização. Nesse sentido, destaca-se a importância de as políticas e práticas de gestão de pessoas contribuírem para a felicidade dos trabalhadores, proporcionando suporte e ações que visem aspectos como relacionamentos saudáveis, estrutura física adequada, remuneração e benefícios justos, e desenvolvimento pessoal e profissional. Para a construção desta tese, portanto, foram desenvolvidos quatro estudos, com o objetivo de compreender como as políticas e as práticas de gestão de pessoas, desenvolvidas por uma organização de tecnologia, relacionam-se com a construção e a percepção de felicidade no trabalho. Foram realizados revisão sistemática de literatura, análise de documentos, aplicação de questionários e entrevistas com gestores e demais trabalhadores. O primeiro estudo trata-se de uma revisão de literatura acerca do tema felicidade no trabalho e gestão de pessoas, em que se discute o conceito, seus componentes e repercussões de políticas e práticas orientadas para a felicidade. O segundo apresenta os resultados do questionário sobre felicidade no trabalho, em que se buscou identificar fatores relevantes para os trabalhadores e a contribuição da gestão de pessoas para a felicidade no trabalho. O artigo três baseia-se nas entrevistas e documentos, e visa compreender como as políticas de gestão propostas são aplicadas em práticas e as implicações para a percepção de felicidade no trabalho. Por fim, o último estudo realiza uma triangulação dos dados, identificando confluências e divergências entre documentos, discurso dos gestores e respostas dos demais trabalhadores. Também discute a questão da redução de pessoal, que se evidenciou por meio das entrevistas, e as repercussões na percepção de felicidade dos trabalhadores. Como resultados de ambos instrumentos de coleta de dados (questionários e entrevistas), observou-se que existe a crença, por parte de todos os trabalhadores da organização pesquisada, de que é possível ser feliz no trabalho, e que fatores materiais e imateriais são importantes para isso. O processo de redução de pessoal e a reestruturação organizacional, entretanto, parecem trazer impactos para a percepção de felicidade da maioria dos trabalhadores, principalmente dos que estão há mais tempo na organização, devido a aspectos como a modificação das práticas realizadas pela gestão de pessoas.

Boehs, Samantha de Toledo Martins. Papel do trabalho, decisão de aposentaria e satisfação de vida. 2017. 248 p. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2017. Disponível em: <http://www.bu.ufsc.br/teses/PPSI0760-T.pdf> A presente tese, cujo objetivo foi investigar quais as relações entre o papel de trabalho durante a carreira com o tipo de decisão e a satisfação de vida na aposentadoria, foi desenvolvida a partir da pesquisa com aposentados de uma empresa multinacional cuja sede no Brasil está localizada na cidade de Curitiba/PR. A tese foi estruturada a partir da realização de cinco estudos subsequentes, dois teóricos (estudos 1 e 2), que propiciaram a aproximação da pesquisadora com o que havia sido publicado sobre o tema, e três aplicados. Em função da natureza do problema, dos objetivos e das perspectivas teóricas que orientaram a investigação, a pesquisa foi desenvolvida a partir da utilização do método misto sequencial explanatório, caracterizado pela coleta e análise quantitativa, seguida pela coleta e análise qualitativa. Na sequência foi realizada a triangulação dos dados com a finalidade de verificar as divergências e complementariedades encontrados nos resultados de ambas as partes. No estudo 3, de natureza quantitativa, foram verificadas as relações entre os aspectos relativos ao papel de trabalho durante a carreira, o tipo de decisão e a satisfação de vida na aposentadoria em 89 aposentados. Para tal utilizou-se a aplicação de um questionário Biossociodemográfico e de carreira, construído pela pesquisadora, e a escala de satisfação de vida validada anteriormente por outros pesquisadores. No estudo 4, de abordagem qualitativa e realizado a partir da utilização da técnica da trajetória sócio profissional e da entrevista semiestruturada foram investigadas as possíveis relações entre o papel do trabalho durante a carreira e a satisfação de vida/ajuste na aposentadoria em treze aposentados da mesma empresa. No quinto e último estudo, com averificação conjunta dos dados coletados nos estudos 3 e 4 houve complementação e enriquecimento das análises realizadas. Os resultados da presente tese indicam uma ênfase prioritária conferida ao papel do trabalho durante a carreira em relação aos outros papéis da vida. Apontam também que quanto melhor a percepção da qualidade de vida durante a carreira, maior o nível de satisfação de vida na aposentadoria e maior o  desejo de não querer se desvincular do trabalho na aposentadoria. Foram encontrados alguns fatores que influenciam a satisfação de vida e o ajuste na aposentadoria, sendo eles: o fator financeiro, a rede social e familiar de apoio, a voluntariedade/involuntariedade da decisão de aposentar e a realização de trabalho voluntário. Aqueles que se aposentaram involuntariamente e não conseguiram emprego após aposentadoria eram justamente os que apresentaram menores níveis de satisfação de vida, enquanto que os que continuavam trabalhando na aposentadoria, mesmo que parcialmente, apresentaram indicativos de melhor ajuste. Entre aqueles que não exerciam trabalho remunerado na aposentadoria, mas gostariam de estar realizando, três motivos foram apontados como influenciadores na satisfação de vida: não ter conseguido emprego, não ter recebido propostas de trabalho com retorno financeiro justo, e o fato de não poderem ter flexibilidade de horário com menos horas dedicadas ao trabalho nessa etapa da vida. Entre os que não executavam atividade remunerada, mas estavam envolvidos com trabalho voluntário, parecia haver um melhor ajuste à condição de aposentados. No que tange a influência da participação do programa de preparação para o ajuste na aposentadoria, foi possível perceber que aqueles que participaram do programa de preparação por um período maior do que seis meses relataram informações que permitem inferir um melhor ajuste e satisfação de vida na aposentadoria. A partir dos resultados da presente tese apontase para a necessidade de que sejam criadas leis trabalhistas e políticas empresariais que propiciem a diminuição da jornada de trabalho para os que se encontram às vésperas da aposentadoria como estratégia de transição que possibilite a reorganização gradual para uma nova configuração de ocupação do tempo que contemple, além das responsabilidades de trabalho, atividades voluntárias, comunitárias, sociais, familiares, de lazer ou de estudo. Por fim, sugere-se que sejam criadas redes organizadas de prestação de serviço técnico à comunidade, que aproveitem a mão de obra de profissionais experientes e qualificados e que haja o acompanhamento psicossocial dos aposentados pelas empresas por um período após a efetivação do desligamento do trabalho, pois as maiores dificuldades de organização do tempo físico e social são enfrentadas justamente quando o trabalhador está efetivamente desligado das atividades de trabalho.

Cugnier, Joana Soares. Gestão de pessoas, prevenção e combate ao assédio moral em uma organização com indícios de ser saudável.2016. 439 p. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2016. Disponível em: <http://www.bu.ufsc.br/teses/PPSI0716-T.pdf>  Ao se entender a gestão de pessoas como importante área pelos processos organizacionais referentes à relação do comportamento humano nas organizações, se tem a compreensão do papel fundamental desta área na prevenção e combate ao assédio moral. Nesta ótica, pode- se estabelecer relações com o que preconizam os pressupostos da psicologia positiva, quando trata das questões relativas às organizações saudáveis. Dessa maneira, na presente pesquisa se teve por objetivo compreender as relações entre políticas e práticas de gestão de pessoas e prevenção e combate ao assédio moral em uma organização com indícios de ser saudável. A pesquisa caracteriza-se pela abordagem qualitativa e tem como estratégia de investigação o estudo de caso em uma organização da área do setor de Tecnologia da Informação, com 99 trabalhadores. A coleta das informações se deu por meio da análise documental disponibilizada pela organização pesquisada e por meio de entrevistas com 5 líderes e 7 liderados, tendo como instrumento um roteiro semiestruturado. As análises, descrições e interpretações se deram por meio de análise de conteúdo. Quanto aos resultados encontrados, para os participantes, a área de gestão de pessoas tem por finalidade atrair e selecionar as pessoas certas, socializar os novos trabalhadores e acompanhá-los, alinhar as expectativas dos líderes e liderados, desenvolver os trabalhadores, realizar avaliações dos trabalhadores e fortalecer as relações entre os trabalhadores. A maioria dos participantes percebe que há ações implícitas na organização que tem o efeito de prevenir e combater o assédio moral no trabalho. Em tais ações reside o princípio de incentivo ao diálogo entre os trabalhadores, de prevenção aos conflitos destrutivos, a restrição da exposição de ideias de maneira grosseira entre os trabalhadores, o desenvolvimento das lideranças e a realização de avaliação dos trabalhadores. Quanto à percepção dos participantes da relação positiva entre as políticas e práticas da área de gestão de pessoas e a prevenção e o combate ao assédio moral no trabalho, a maioria percebe que a mesma ocorre pelo fato desta área ter a prática de melhorar as relações entre os trabalhadores, como também, realizar com qualidade o processo seletivo e a socialização de novos integrantes. Assim, percebe-se que a área de gestão de pessoas na organização pesquisada tem um papel importante, mesmo não havendo ações específicas, na prevenção e combate ao assédio moral, ao cuidar para que as relações entre os trabalhadores sejam mais saudáveis, tanto do ponto de vista físico, quanto psíquico. Constatou-se que em organizações, cujos gestores priorizam a qualidade de vida, o bem-estar e a felicidade, os trabalhadores são compreendidos como um fator contributivo e decisivo à construção de organizações tidas como saudáveis. Nessas organizações, por convicções políticas e práticas saudáveis de gestão, compreende-se que as mesmas prezam, de modo genuíno, por relações respeitosas entre as pessoas e assim, contribuem à construção de um ambiente que não seja propício à ocorrência do assédio moral no trabalho.


MESTRADO:

Colares, Cléria Vergilino Flores Nunes. Pesquisa em andamento. A Psicologia Positiva na construção de organizações saudáveis. Bem Viver – um programa de qualidade de vida no trabalho centrado no sentido e propósito do trabalho. 2020.

Damo, Lilian Paula. Pesquisa em andamento. Felicidade no Trabalho: As Perspectivas de Diferentes Gerações, 2020. A pesquisa intitulada, “Felicidade no Trabalho: As Perspectivas de Diferentes Gerações”, visa compreendera felicidade no trabalho a partir das percepções de diferentes gerações. O desenho desta pesquisa é qualitativo com abordagem exploratória e descritiva. Assim, a pesquisadora irá a campo e investiga aspercepções relacionadas a felicidade no trabalho a partir da perspectiva dos participantes de diferentesgerações. Ressalta-se que será considerado todos os pontos de vista relevantes, analisando posteriormenteos dados qualitativos obtidos através da entrevista em formato de grupo focal. Dessa forma, osdados do estudo serão coletados por meio do grupo focal com trabalhadores da geração Baby Boomers,Geração X e Geração Y. A análise dos dados se dará a partir da análise de conteúdo (Bardin, 2011).

Souza, Josiele Maria. Pesquisa em andamento. Otimismo no trabalho: um estudo com servidores Técnicos Administrativos da Universidade Federal de Santa Catarina, 2020. Ver o copo meio cheio ao invés de ver meio vazio; acreditar que coisas boas acontecerão. Essas são expressões usuais utilizadas para falar sobre otimismo. Mais do que a crença de que tudo vai dar certo, o otimismo tem apresentado ao longo dos anos resultados positivos, principalmente no ambiente de trabalho. Os estudos demonstraram que o otimismo no trabalho tem sido relacionado à variáveis como liderança, resiliência, autoestima ao relacionar aos fatores positivos da empregabilidade, autoconfiança, autoeficácia, satisfação no trabalho, esperança, motivação, proatividade, engajamento no trabalho, além do otimismo ser considerado um recurso pessoal necessário para lidar com adversidades no ambiente laboral e também como um potencializador de qualidades positivas do indivíduo. Seligman (2019) defende que ser otimista/pessimista influencia o nosso sistema imunológico, podendo melhorar o bem-estar e até interferir na nossa longevidade. Uma pessoa otimista tem uma visão positiva do que acontece na sua vida. Dessa forma, pergunta de pesquisa deste estudo é: Quais as influências do otimismo no trabalho dos servidores Técnico-Administrativos em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina? Objetiva-se compreender as influências do otimismo no trabalho dos Técnicos Administrativos em Educação na Universidade Federal de Santa Catarina.

Bardini, Crislayne. Resiliência no trabalho: um estudo com trabalhadores do setor elétrico frente ao processo de alteração de função. 2019. 168 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis. A resiliência é o processo e resultado de se adaptar, com sucesso, às experiências difíceis ou desafiadoras da vida, especialmente por meio das flexibilidades mental, emocional, comportamental. No âmbito do trabalho, é definida como uma capacidade psicológica do trabalhador em responder às adversidades no contexto do trabalho, decorrentes de eventos negativos ou positivos, e de reagir adequada e adaptativamente a mudanças ameaçadoras que rompam com a rotina laboral. Ao considerar as constantes mudanças nas conjunturas econômica, social, tecnológica e política, as quais envolvem e influenciam o contexto e os fenômenos do trabalho, o estudo acerca da resiliência e mudança organizacional se faz pertinente. Tendo em vista a relevância de tais fenômenos, o objetivo da presente dissertação é o de compreender os indicadores de resiliência de técnicos de manutenção de proteção e apoio à operação de uma empresa do setor elétrico, após mudança organizacional caracterizada pelo processo de alteração de função. A pesquisa caracterizou-se como um estudo de caso, com abordagem qualitativa, em que a coleta dos dados ocorreu por meio de diversas fontes de informações: entrevista em profundidade com os técnicos, como principal fonte de obtenção de informações, e complementando, notas de campo, entrevista com as chefias dos técnicos e análise documental. Com o propósito de responder o problema de pesquisa, os conteúdos foram coletados a partir de roteiros semiestruturados que visavam abranger os elementos referentes à mudança organizacional e à resiliência no contexto do trabalho. Participaram da pesquisa 16 profissionais, sendo 11 técnicos de manutenção de proteção e apoio à operação e cinco chefias imediatas, vinculados à Regional de Santa Catarina e à Regional do Oeste da referida empresa pesquisada. Foram incluídos na amostragem os técnicos de manutenção de proteção e apoio à operação que vivenciaram o processo de alteração de função em 2013 e suas chefias imediatas. Os dados demonstraram que, com uma comunicação eficiente, o envolvimento do trabalhador e da equipe e treinamento eficaz, há maior probabilidade de a organização minimizar as reações negativas desencadeadas por um processo de mudança organizacional e potencializar a manifestação de respostas adaptativas positivas, como a resiliência. Os resultados obtidos permitiram verificar que, apesar das reações à alteração de função terem sido distintas inicialmente, grande parte dos técnicos enfrentou a adversidade da mudança por meio de indicadores de resiliência, como a proatividade, flexibilidade, equilíbrio e criatividade. No entanto, tais comportamentos não foram compartilhados entre todos. Ou seja, a contrariedade e oposição, que resultaram em resistência à alteração, também foram identificadas. As evidências descobertas por meio desta pesquisa demonstraram que ser resiliente é uma capacidade psicológica contemporânea e significativa ao trabalhador e aos propósitos organizacionais. Por fim, ratifica-se a necessidade de ampliar os estudos acerca da interface entre a resiliência e mudança organizacional e apresentam-se sugestões emergentes da pesquisa que podem fundamentar o desenvolvimento de estudos futuros.

Scapini, Amanda Isabela Nórcio. Resiliência e criatividade no trabalho de designers em indústrias criativas. 2019. 153 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis. A criatividade é geralmente entendida como um ato, ideia ou produto que modifica um domínio existente, ou como a capacidade de reconhecer ideias novas e originais e de explorá-las (Amabile, 1996). Nos contextos de trabalho, é expressa pela geração de ideias e soluções para serviços e/ou produtos, constituindo um elemento indispensável para a inovação e o alcance da vantagem competitiva (Alencar, 1996). A resiliência por sua vez, é considerada a capacidade de superar as adversidades e sair de situações adversar mais evoluído, fortalecido ou adaptado positivamente. Resumidamente, é definida como um processo dinâmico de adaptação positiva, que envolve crescimento e evolução do ser humano diante de situações avaliadas como significativamente adversas (Masten, 2001). Ao considerar a complementaridade e aproximação conceitual de tais fenômenos, o propósito central desta dissertação consistiu em identificar as interfaces existentes entre criatividade e resiliência no trabalho de designers em indústrias criativas (ICs), por meio da compreensão de situações que demandam tais capacidades. A pesquisa caracterizou- se como sendo de abordagem qualitativa, exploratória e descritiva, de modo que a coleta de conteúdos se deu por três fontes: entrevistas em profundidade, de forma principal, e, em caráter complementar, observações de campo e análise documental. No intuito de responder ao problema de pesquisa, os conteúdos foram coletados a partir de roteiros semi-estruturados que visavam abranger resiliência e criatividade no trabalho sob quatro facetas: 1. aspectos pessoais e interpessoais, 2. aspectos da tarefa, 3. aspectos da organização, e 4. aspectos do contexto. A avaliação de tais facetas justifica-se do ponto de vista teórico, ao considerar-se que ambos os fenômenos são complexos, diretamente influenciados pelos meios social, histórico, ambiental etc. Participaram da pesquisa sete profissionais criativos, todos designers, vinculados a três ICs localizadas no estado de Santa Catarina; sendo uma de pequeno, uma de médio e uma de grande porte. Os critérios de participação dos profissionais envolveram o tempo mínimo de atuação em cargos/funções que demandassem diretamente a criatividade e um tempo mínimo de vínculo com a organização, ambos superiores a 2 anos. Por meio da análise dos conteúdos, pode-se identificar sete interfaces entre resiliência e criatividade no trabalho de profissionais de ICs. Foram elas: identidade profissional; interpretação das situações e circunstâncias; relacionamento com os clientes; criação; execução; estrutura e recursos; e contexto. As três primeiras envolveram principalmente situações de natureza pessoal e interpessoal. A quarta e a quinta estavam mais ligadas às funções de um designer (tarefas) e características da organização. A sexta foi completamente associada a elementos organizacionais; e a sétima, por fim, envolveu aspectos do contexto a nível macro, como o mercado e a sociedade. O estudo permitiu reafirmar, ainda, a influência da cultura organizacional sobre os fenômenos estudados, e levou a reflexões acerca de políticas e práticas de gestão de pessoas que visem desenvolver resiliência e criatividade de forma ética e positiva aos trabalhadores. Por fim, ressaltou-se a relevância e a atualidade do tema no contexto organizacional e de trabalho, bem como a necessidade de estudos futuros a partir de questionamentos e inquietações emergentes da pesquisa.

Farsen, Thaís Cristine. ‘Como aprendi a lidar com as adversidades’: interfaces entre história de vida de executivos e resiliência no trabalho. 2017. 167 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2017. Disponível em: <http://www.bu.ufsc.br/teses/PPSI0739-D.pdf> A resiliência é considerada um processo psicológico positivo que permite ao ser humano recuperar-se de adversidades, incertezas, conflitos ou mesmo de mudanças positivas, progressos e aumento da responsabilidade. No trabalho e nas organizações, a noção de resiliência tem sido adotada com o intuito de esclarecer os modos subjetivos de lidar com mudanças, rupturas e oportunidades presentes nos contextos contemporâneos. Esse processo, construído ao longo do tempo nas relações do ser humano com seu meio, pode auxiliar na promoção e manutenção da saúde e do bem-estar dos trabalhadores, favorecendo o enfrentamento positivo das adversidades, principalmente em momentos turbulentos, a exemplo das crises econômico-financeiras. Considerando-se a relevância do fenômeno resiliência no trabalho, o objetivo da presente dissertação é compreender quais as possíveis relações entre a história de vida de executivos e os comportamentos resilientes demonstrados no trabalho. A pesquisa delineia-se por meio da abordagem qualitativa, exploratória e descritiva, fazendo-se o uso de entrevistas em profundidade para a coleta dos dados. Com vistas a responder ao problema de pesquisa, a investigação pautou-se na coleta de dados sócio demográficos, no uso da técnica de história de vida para análise dos incidentes críticos vivenciados pelos participantes e os modos de enfrentamento utilizados, e na investigação dos comportamentos resilientes atuais, demonstrados no enfrentamento de adversidades presentes no trabalho. A coleta de dados foi realizada em um encontro com cada participante, com duração média de uma hora e meia. Participaram da pesquisa cinco executivos, atuantes nos cargos de presidente, vice-presidente, diretor executivo e diretor industrial, de quatro organizações do setor têxtil, localizadas no estado de Santa Catarina. Todos os participantes eram do sexo masculino, casados com filhos e idade média de 57,6 anos (idade máxima= 73 anos, idade mínima= 41 anos), sendo 17,4 a média de tempo em que atuavam na função de executivos (tempo máximo= 35 anos, tempo mínimo= 6 anos). Por meio da análise das histórias de vida dos participantes, evidenciou-se que a resiliência é um processo aprendido ao longo do tempo, por meio do enfrentamento de situações adversas, vivenciadas desde a infância até a vida adulta, bem como pela experiência de eventos adversos no trabalho. Os dados demonstram que o enfrentamento de incidentes críticos vivenciados ao longo da vida auxilia no enfrentamento de adversidades e dificuldades presentes no trabalho, principalmente em momentos difíceis como os de crise econômico-financeira. Os dados obtidos permitem caracterizar o comportamento resiliente no trabalho, além de orientar a um parâmetro relacional à liderança positiva demonstradas pelos executivos, e de estratégias organizacionais utilizadas no enfrentamento às dificuldades advindas das crises. Concluiu-se, ainda, que a organização do trabalho fornece subsídios para a descrição do comportamento resiliente e dos seus benefícios, além de possibilitar a construção de políticas e práticas que visem o seu desenvolvimento. Reafirma-se, assim, a importância de estudos acerca do tema e apresentam-se questionamentos e inquietações que podem fomentar o desenvolvimento de pesquisas futuras.

Budde, Cristiane. Estratégias de enfrentamento utilizadas por trabalhadores que vivenciaram situações típicas de assédio moral. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2014. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/128726/328451.pdf?sequence=1. As novas configurações do trabalho, associadas à reestruturação produtiva, criam, muitas vezes, ambientes de trabalho que propiciam a ocorrência de casos de violência, como o assédio moral. O assédio moral no trabalho pode ser definido como qualquer conduta abusiva que possa trazer danos à dignidade, à personalidade, à integridade física ou psíquica de uma pessoa, e que pode colocar em perigo seu emprego ou degradar o ambiente de trabalho. O objetivo deste trabalho é identificar quais são as estratégias de enfrentamento utilizadas por trabalhadores que vivenciaram situações típicas de assédio moral no trabalho. Para tanto, foi realizada uma análise documental de 77 denúncias registradas na Procuradoria Regional do Trabalho. Dentre elas, foram selecionadas 27, sendo que participaram efetivamente do estudo 5 pessoas. Estas, participaram de uma entrevista semiestruturada, permeada por desenhos realizados pelos próprios entrevistados. As entrevistas foram gravadas e transcritas, de modo que, depois, foi feita a análise de conteúdo de Bardin. Por meio da análise, foi possível observar que todos os entrevistados encontraram estratégias de enfrentamento positivas ao assédio moral, sendo as mais comuns: suporte social, tentativas de conversa/negociação e pedido de auxílio ao setor de RH. Além disso, foram mencionadas estratégias como religiosidade, prática de atividades físicas e composição de músicas. Vale ressaltar que a omissão dos gestores, do setor de RH e de colegas de trabalho foi um fator bastante citado pelos entrevistados.